terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Motoristas de Niterói levam cartão vermelho nas ciclofaixas | Jornal O Fluminense


Em um momento em que se fala da criação de pistas exclusivas para amenizar efeitos dos veículos na atmosfera, falta consciência dos condutores e sobram irregularidades

Veículos estacionados estão aos poucos tomando o lugar de bicicletas e pedestres nas malhas cicloviárias da cidade. O problema que já é antigo, desde a implantação das faixas, ainda se repete em alguns trechos da cidade. Segundo levantamento da NitTrans, somente no ano passado cerca de oito mil autuações foram lavradas por mês.
Na manhã de segunda-feira, O FLUMINENSE flagrou alguns casos de motoristas infratores em um trecho da Rua São Lourenço, no mesmo bairro e no Cafubá. Já na Estrada Fróes, em São Francisco, e na Avenida Sete, no Jardim Icaraí, a situação estava normalizada. 
Em maio de 2011 entrou em vigor a lei que institui o Estatuto da Bicicleta no município, o que fez com que a Prefeitura de Niterói, através da empresa Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans), implantasse rotas ciclísticas em diversos trechos da cidade. 
A meta é criar uma ciclovia de 7,3 quilômetros, que ligará os bairros do Barreto, na Zona Norte, e Gragoatá, na Zona Sul, passando ainda pelas Barcas. No entanto, o desrespeito de motoristas que se aproveitam da malha cicloviária para estacionar, está cada vez mais frequente. 
A reclamação é de ciclistas que diariamente se deparam com o problema, tendo que desviar da faixa e como consequência, pedalar em meio aos carros pondo em risco a própria segurança.
Desde a implantação das ciclovias, a NitTrans já registrou uma média de oito mil autuações por mês, por motoristas que estacionam o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre. 
As autuações nas diversas modalidades de estacionamento irregular podem resultar em multas que variam entre R$ 53,20 e R$ 127,69 além de perdas de três a cinco pontos na carteira de habilitação do condutor. 
Nestes locais, estão proibidos também o tráfego de pedestres e cadeirantes, exceto nos locais onde houver sinalização permitindo; o estacionamento de veículos de tração manual, inclusive carrinhos de bebê e os utilizados por vendedores ambulantes. 
O Estatuto prevê penalidades de advertência, multa, remoção e até apreensão. 
A Prefeitura informou, por nota, que a fiscalização nas ciclovias é feita regularmente pelos agentes da Subsecretaria de Trânsito, cujas equipes se deslocam em viaturas e motocicletas além de atender solicitações enviadas pela população, através do telefone 2621- 5558, nos ramais 232 e 233, das 9h às 18 horas.
Memória – Em outubro do ano passado, um ciclista de 26 anos, que estava a caminho da faculdade seguindo pela ciclofaixa foi atropelado por um carro. 
O acidente aconteceu na Estrada Celso Peçanha, conhecida como Garganta, no Complexo do Viradouro, em Santa Rosa, quando o estudante descia a estrada no sentido Santa Rosa, em alta velocidade por volta das 6h30.

Projetos para educar
A  NitTrans acredita que os projetos de vias para bicicletas devem priorizar a educação e conscientização da população. Já para este ano, a Divisão de Transporte Não Motorizado da autarquia está preparando uma programação que inclui palestras, seminários, campanhas e exposições.
Dentre as ações está a distribuição de mapas de bolso com todas as rotas para bicicletas na cidade, eventos para promover a educação no trânsito e o respeito aos ciclistas, além de ações de visitação de empresas de ônibus para ministrar palestras aos motoristas.
Rotas – Entre as principais ciclovias que fazem parte do planejamento da Prefeitura estão as de Charitas até o Gragoatá, na Via Orla, sendo interligada com a ciclovia que o Governo do Estado pretende construir do Gragoatá ao Terminal Intermodal, no Centro; outro elo de Icaraí ao Centro será a ciclovia que sairá da Rua Miguel de Frias, passando pela Marquês do Paraná até a Rua Doutor Celestino. 
Já na Região Oceânica, a intenção é ligar a ciclofaixa do Engenho do Mato até Itacoatiara e Itaipu.

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