Na orla da Região Oceânica, banhistas e moradores sofrem com o
assédio de guardadores e reclamam de cobranças ilegais. Infratores
também criam vagas extras, provocando desordem no verão
Todo verão é a mesma coisa. Ir à praia continua sendo o programa
preferido dos amantes da estação. Em Niterói não é diferente: as praias
da Região Oceânica, como Camboinhas e Itaipu, permanecem lotadas até
mesmo durante a semana. Mas o que era para ser um momento de lazer tem
se transformado em um grande transtorno logo na chegada ao programa.
Flanelinhas agem livremente no entorno das praias cobrando ilegalmente por vagas em estacionamentos clandestinos.
Segundo o presidente da Associação de Moradores da Região Oceânica,
Jorge Luiz Alves Santos, os valores cobrados pelo estacionamento nas
praias são abusivos e os residentes costumam reclamar da situação.
O dentista Fabiano Assis, de 42 anos, é um deles. Morador da
localidade conhecida como Maravista, em Itaipu, ele costuma frequentar a
praia do bairro, porém está incomodado com a ação dos flanelinhas na
região.
“Está cada vez mais complicado realizar um programa simples como ir à
praia. O estacionamento do local é gratuito, porém os flanelinhas
cobram cinco reais por uma vaga. Essa cena pode ser observada em
qualquer dia, mas é no final de semana que eles abusam, cobrando mais do
que o normal", afirmou.
Já a dona de casa Lúcia Pires, de 35 anos, afirma que na praia de
Piratininga não é diferente. No local, os flanelinhas justificam que a
quantia cobrada é para garantir a vaga e a segurança dos veículos.
“A ação dos flanelinhas é tão absurda que eles nos entregam uma
espécie de tíquete de segurança e dizem que cobram para protegerem
nossos veículos. Algo precisa ser feito para mudar essa situação, pois o
estacionamento é gratuito e eles não podem nos cobrar por isso”, disse.
O comandante do 12º BPM (Niterói), coronel Wolney Dias, afirma que,
junto com o secretário municipal de Segurança e Controle Urbano, Ruy
França, está reprimindo essas ações.
“Estou colocando viaturas para realizarem rondas nesses locais que os
flanelinhas costumam atuar. Isso ajuda a reprimir, mas não acaba com o
problema, pois pelo delito ser de menor potencial ofensivo, esses
flanelinhas acabam soltos em seguida. Não é apenas nas praias da Região
Oceânica que ocorrem esses problemas. Recebo denúncias diárias de que
flanelinhas estariam agindo nas praias da Zona Sul, como em Icaraí e em
São Francisco. Mas estou, junto com o secretário Ruy França, traçando
metas para coibirmos essas ações com mais eficácia”, afirmou o
comandante.
Tempo – O domingo também será de praia. De acordo
com o instituto de meteorologia Clima Tempo, o final de semana será
bastante abafado. A previsão é de sol forte na maior parte do dia, com
risco de chuva só no fim da tarde. Já nos próximos dias a temperatura
deverá diminuir.
Na segunda-feira e na terça-feira a previsão é de sol entre nuvens
durante o dia e períodos de nublado, com probabilidade de chuva a
qualquer momento. Já na quarta-feira a previsão é de céu nublado e chuva
durante o dia e a noite.
Atividade recorrente
Em novembro de 2011, três “flanelinhas” foram presos, na Avenida
Amaral Peixoto, no Centro, em uma operação para coibir o estacionamento
irregular e a extorsão praticada pelos guardadores não autorizados.
Com os homens foram apreendidas cerca de 50 chaves de carros, além de
R$ 50 e um cigarro de maconha, que um dos presos alegou ser para
consumo próprio. Os donos de veículos, cujas chaves estavam em poder dos
flanelinhas, tiveram que prestar esclarecimentos na 76ª DP (Centro). Na
ocasião, mais de 100 carros foram multados por estacionamento
irregular.
Em outubro do ano passado, O FLUMINENSE noticiou que agressões e
ameaças estariam se tornando uma rotina para os motoristas que precisam
estacionar seus veículos no Centro de Niterói. Em várias ruas do bairro,
flanelinhas tomavam ou forçavam a divisão do espaço com guardadores
legalizados da Niterói Rotativo e estariam cobrando mais de R$ 5 por uma
vaga, ignorando o valor do tíquete, que custa R$ 3 pelo período de três
horas. Aos sábados, a situação se agravava ainda mais.
Segundo alguns motoristas entrevistados na época, estacionar em
trechos próximos a acessos de favelas poderia ser bastante perigoso.
Mas, parar junto a shoppings, hospitais e praças também seria arriscado.
Um homem, que não quis se identificar, afirmou que foi vítima dos
flanelinhas ao estacionar seu carro na Rua Visconde do Rio Branco, no
Centro. Ao procurar pelo guardador da Niterói Park para comprar o
bilhete, foi abordado por um flanelinha que cobrou adiantado pela vaga.
Ao se recusar a pagar, foi violentamente agredido.
Fonte: Jornal O Fluminense
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