quinta-feira, 8 de março de 2012

Barca 'afunda' em votação na Assembleia Legislativa do Rio | Jornal O Fluminense



 Por: Rafael Lopes 07/03/2012

Lucro com linhas seletivas como a do catamarã Charitas, aluguel de lojas e o valor arrecadado com estacionamentos, agora entram por completo no balanço financeiro da Barcas S/A

A Assembleia Legislativa do Rio de Janiero (Alerj) ampliou nesta quarta-feira, o balanço financeiro da Barcas S/A, obrigando a empresa a contabilizar como receitas a renda de linhas seletivas, como a do catamarã Charitas, e a obtida com o aluguel de lojas e estacionamentos. A obrigação, viabilizada pela derrubada do veto do governador a uma emenda parlamentar, será incluída na Lei 6.138/11, que instituiu nova estrutura tarifária para o transporte aquaviário (que viabilizou o subsídio por parte do governo para que a passagem fique mais barata para a população).
Para o autor da emenda revalidada, deputado Gilberto Palmares (PT), o balanço completo fortalece o poder da auditoria também incluída na norma por emenda “e que ficaria ‘capenga’ se deixasse de fora todos estes rendimentos”, e pode, inclusive, impedir futuro subsídio do estado, uma vez que pode mostrar uma situação financeira mais saudável da empresa.
“Não faz sentido retirarem dos cálculos, por exemplo, o obtido com a linha Charitas, que é sabidamente lucrativa”, salienta Palmares. A tarifa da travessia é de R$ 12. A regra será promulgada nos próximos dias, passando a integrar a lei.
Munidos de cartazes, cerca de 150 manifestantes que cruzaram a baía de barca para pressionar os deputados durante a sessão foram proibidos de ingressar no plenário e tiveram que acompanhar a votação do lado de fora. Durante a travessia e também na porta da Alerj eles usaram narizes de palhaço e fizeram paródias de canções de Roberto Carlos, que nos últimos anos passou a se apresentar em cruzeiros. A ideia do protesto era mostrar que o último reajuste da tarifa, que passou de R$ 2,80 para R$ 4,50, fez com que o minuto dentro de uma barca atravessa a Baía de Guanabara pode ser mais caro que o mesmo tempo embarcado em um cruzeiro pelo Atlântico.
Caracterizado como Roberto Carlos, o estudante da UFF Felipe Garcez, de 21 anos, comemorou o resultado da votação.
“Foi uma vitória para o nosso movimento, mas ainda temos que derrubar esse aumento abusivo. Ficou claro que a pressão popular está surtindo efeito”, declarou.
Antes da sessão, durante a travessia para o Rio, os manifestantes conquistaram o apoio dos demais passageiros.
“Depois desse aumento de 61%, muitas empresas podem não querer arcar com as despesas de transporte dos funcionários que utilizam o serviço das barcas. Ainda bem que esse não é o meu caso”, disse o auxiliar administrativo Roberto dos Santos, de 36 anos. “Muitas pessoas podem ser mandadas embora de seus empregos por causa dessa nova tarifa”, avaliou.
Durante a travessia dos manifestantes, um forte esquema de segurança foi montado pela Barcas S/A. Em frente à Alerj, a história não foi diferente. Cerca 40 homens do Batalhão de Choque e quatro viaturas da Polícia Militar reforçaram o policiamento.

Fonte: Jornal O Fluminense

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